A psicoterapia se sustenta em conhecimentos teóricos e técnicos, e cada abordagem dentro da psicologia oferece formas específicas de atuação na clínica. Cabe ao psicólogo escolher a abordagem que mais faz sentido para si.
No meu caso, a psicanálise de Donald W. Winnicott foi o caminho que encontrei. Desde o meu estágio em psicologia clínica, essa abordagem se tornou o meu principal referencial, guiando tanto os atendimentos quanto a forma como observo e interpreto o mundo. É como um par de lentes que me ajuda a compreender as questões humanas em suas dimensões individuais e coletivas.
Talvez o principal aspecto de uma clínica fundamentada na teoria winnicottiana do amadurecimento seja sua flexibilidade. Não há uma única técnica ou fórmula fixa para conduzir o trabalho com o paciente. Pelo contrário, as técnicas utilizadas variam conforme as necessidades que o paciente apresenta. Essas necessidades não apenas diferem de pessoa para pessoa, mas também podem se transformar ao longo do tempo, conforme o paciente alcança novas etapas de desenvolvimento. Em alguns casos, essas mudanças podem ocorrer até dentro de uma mesma sessão, demandando que o psicoterapeuta winnicottiano ajuste sua conduta de acordo com o momento vivido pelo paciente.
Referência: DIAS, Elsa Oliveira. A teoria winnicottiana do amadurecimento como guia da prática clínica. Nat. hum., São Paulo, v. 10, n. 1, p. 29-46, jun. 2008. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302008000100002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18 dez. 2024.